quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A primeira perda


Eu nunca tive uma perda familiar próxima. Ninguém com quem eu tenha convivido, tenha tido histórias, passado natais ou ido em aniversários. Mas hoje tive a primeira. Meu avô paterno.


Na verdade, ele é (era) padastro do meu pai. Mas cresci chamando ele de vô. Quando o entendimento começou a pairar na minha mente infantil, eu, às vezes, ficava sem saber se o chamava de vô João ou de seu João já que não era de verdade meu avô. Mas o sentimento era de neta e assumi esse papel que também por ele era assumido. E hoje minha irmã me ligou para me dar a notícia. Fiquei triste. Por muitas coisas.


Por não ter estado ao lado nos últimos dias, por já ter alguns anos que não passo os natais com ele, por não ter ligado no último aniversário, por não ser tão presente depois que deixei de ser criança. Mas tem uma coisa que me conforta. Eu fui a amiga oculta dele no natal passado e ele me deu uma caneta com o meu nome. Linda. Disse que era para que eu usasse na minha carreira de Jornalista (havia me formado no mesmo mês). Não sei onde está a caneta. Mas vou procurar por todos os cantos. Está em alguma gaveta. Tenho certeza.


Vô João, vai com os anjinhos e passe essa paz que o senhor passava para nós lá em cima também. Fica tranquilo que agente cuida da minha vó. E desculpa pela distância que deixei acontecer. Mas agora lá de cima vai ver que o amor sempre existiu. Pode perguntar pra Deus. Ele vai te confirmar. Fica em paz!!!

3 comentários:

Unknown disse...

Pois é prima, seu texto relata exatamente as conversas que tivemos hoje na casa da minha vó. Nostálgicos ou não, os assuntos giravam em torno do quão bom era tê-lo ao nosso lado e o quanto ausentes fomos enquanto havia vida. Vida esta que nos faz perder para ganhar, haja vista que ninguém é eterno, mas o que deixamos enquanto gozamos dela, eternizarão e fincará em nossos corações e mentes, uma "plaquinha" dizendo: "Aqui Jaz, alguém muito especial". E assim ele será lembrado por muitos.

Pudim de Letras disse...

O melhor é quando a dor vira saudade e deixa aquele sorrisinho de canto de boca, com as velhas e tão presentes lembranças.

tatiane disse...

È verdade prima, infelizmente só damos valor qndo perdemos,mas eu aprendi muito qndo perdi o meu herói( paizão), aprendi a dar valor para as pequenas coisas dessa vida, procuro estar próxima de pessoas q tenho sentimentos,quero estar junto,enfim....!
A saudade dói, mas vamos lembrá-los de uma forma bem carinhosa, pois eles foram pessoas boas.
Com certeza papai do céu estar cuidando muito bem deles.
Que saudades que tenho de vocês!
Amo muitooo!