terça-feira, 6 de abril de 2010

Fim do Mundo... o mundo de muitos.

Vocês já assistiram ao filme “2012”? “Independence Day”? “O dia depois de amanhã”? Todos eles abordam o fim dos dias atuais e o início de uma nova era. Um traz a teoria do aquecimento global, outro lança um meteoro gigante no oceano e noutro o mundo se acaba em água, muita água.


Água, muita água? Acho que essa história está saindo das telonas. Ainda faltam 2 anos para chegar 2012, mas as águas (cantadas como por ser de março estarem fechando o verão) já se fazem presente por 24 horas. Tempo suficiente para desabrigar inúmeros cidadãos, acabar com a vida de dezenas deles e causar caos em uma cidade considerada “maravilhosa”.

O que está acontecendo no Rio de Janeiro é, no mínimo, assustador. No auge dos meus 28 anos, nunca vi um rio passar em frente a minha casa. E com enorme violência. Informações são de que choveu em poucas horas o dobro do que deveria chover no mês inteiro. Claro que não há rede de drenagem que suporte este volume de chuva.

Mas será que este motivo foi o que causou tamanha catástrofe? Não, exclusivamente. E nem principalmente. Nossa falta de preocupação prática com problemas urbanos só é lembrada quando a água invade as ruas que passamos para irmos ao trabalho.

“Será que aquele papel do bombom que comi domingo de páscoa e joguei pela janela do carro quando voltava do almoço de família teve culpa em tudo isso?” “A guimba de cigarro que às vezes esqueço de jogar em algum cinzeiro espalhados pelos fumódromos ajudou no pouco escoamento de toda essa água entupindo o bueiro?” “Aquele puxadinho que fiz lá atrás de casa subindo ainda mais o morro, arrancando algumas árvores, pode ter causado esse desmoronamento na comunidade?”. Precisa responder?

Eu sempre disse que todos nós corremos atrás do que é nosso. Assim como a natureza. Eu a escuto dizendo quase sussurrando, porém claramente: “Pode me tirar daqui, por enquanto. Não estou precisando desse espacinho agora. Mas um dia vou precisar, tá. Aí eu pego devolta”.

Assoreamentos, construções irregulares, poluição exagerada ou individualizada, não preocupação com o amanhã; tudo isso causa enchentes e desabamentos que levam embora nosso quintal arrumadinho e gramadinho, nosso sofá e geladeira, nosso carro estacionado na garagem, nosso teto inteiro ou a vida de quem tanto amamos.

Será que ainda dá tempo de tentar outra vez?

sábado, 27 de março de 2010

Amor ... de pouco ou há muito.

Mesmo o maior pensador existente consegue interagir quando em uma conversa o assunto debatido for sobre o reality show (BBB) mais falado do país. E uma das últimas temáticas abordadas pelos participantes foi o AMOR que supostamente surge entre alguns deles. A grande dúvida é se, realmente, neste pouco tempo de convivência, é possível que este intenso sentimento desabroche por alguém.

Devo estar um pouco carente, mais sensível e apaixonada para relatar sobre este tema. Mas estava lendo aqueles textos em forma de depoimento que nossos amigos nos escrevem e que retribuímos no site de relacionamento mais conhecido por aqui; o orkut, e parei para pensar sobre este amor-amigo.

Minha amizade mais longa dura há quase 15 anos. E a mais recente há três meses. E amo as duas. Claro que de forma diferente. Minha grande amiga, se quiser, pode fazer minha biografia que não vai faltar detalhes. Sou sua cumadre, madrinha de casamento, estive presente em muitos momentos de sua vida bons e ruins. E é nisso ela se diferencia da outra, que conheci em uma viagem a trabalho. Que por causa dela foi muito mais divertida, tanto nos momentos de trabalho quanto os fora dele.

São 15 anos confrontando (aqui) com os três meses. A experiência, os muitos momentos, os aprendizados e ensinamentos não tem tempo de aparecer em um trimestre. Mas não menos importantes são os poucos casos acontecidos neste período curto. Somente por nós vivenciados e sentidos. Trocando confidências pois estavamos há quilometros de casa e de nossas longas amizades.

Amo sim, as duas. Diferentemente. E uma nunca alcancaria a outra se isto entrasse em questão. Porque não entra. Cada uma tem seu lugarzinho no meu coração. Especial e verdadeiro. Fazem-me feliz cada uma do seu jeito e em determinado momento. Alguns assuntos são mais conhecidos por uma que pela outra. Mas quero as duas para sempre em minha vida.

É possível sim uma amizade verdadeira surgir em pouco tempo impulsionada por um convívio repentino e não planejado. Mais possível ainda é que ela se torne tão longa quanto aquelas já existentes em nossa vida. Desde muito tempo.

À Giselle e Palloma... com dois eles as duas!!

quarta-feira, 10 de março de 2010

O Rio de Gabeira... se Deus quiser!!!

Ele vai voltar. E ao lado de Marina Silva. Fernado Gabeira será candidato a governador do Estado do Rio de Janeiro. Ele estará entre a reeleição de Sérgio Cabral e a tentativa de volta de Anthony Garotinho. Eu poderia acabar este texto aqui, não acham? Há discussão em quem se deve votar? Existem, sim, cabeças que preferem os outros e outras que farão algum estudo sobre os candidatos. Mas não eu e, acredito, que nem os quase 50 por cento de eleitores que o escolheram para prefeito do Rio há 2 anos. E não conseguiram. Estamos entalados com a resposta para a pergunta: "onde estava aquele um por cento da população que deu a vaga a Paes?". Foi quase empate técnico.

Ambos opositores de Gabeira já governaram o estado. Um ainda está no cargo. O que me alivia, porque a memória do brasileiro é curta quando se diz respeito a política. Ou seja, estamos vivenciando um governo que pretende dar-se continuidade. Queremos? O outro governou o estado assim como sua esposa. O casal está sendo acusado "neste momento" de improbidade administrativa por desviarem verba supostamente de Ongs em prol de campanhas eleitorais em 2006.

Vamos respirar novos ares neste estado e, também, no país. Fernando Gabeira e Marina Silva para nos representar nos próximos quatro anos!!! Estou ansiosa por estas eleições e acredito que serão tão acirradas quanto as últimos aqui no Rio.


Leia o texto publicado sobre as eleições para prefeito da cidade do Rio de Janeiro em 2008.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Discurso na Liberdade de expressão

Dia 1° de março aconteceu o Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, em São Paulo. Profissionais, jornalistas, professores e políticos discutiram os rumos que esta questão estava tomando no mundo e, principalmente, na América Latina. Inúmeros nomes conhecidíssimos se fizeram presentes neste encontro em prol da democracia na imprensa. E todos esses nomes enfatizaram a não existência e a certeza de que nunca existirá censura na imprensa no Brasil. Destaco o Sr. Helio Costa, nosso ministro das Comunicações.

E aí eu entrei no site do Estadão (www.estadao.com.br) e logo na home tem uma frase em caixa alta com um fundo preto que diz: "HÁ 215 DIAS SOB CENSURA". Tudo muito contraditório. E não há censura no país? Censura não é somente o oposto a ditadura. Censura é o cidadão não ter o acesso a informação verdadeira, é não saber os fatos e acontecimentos de seu país. O espaço fisico do jornal já nos censura devido a escolha dos editores pelos assuntos que, segundo eles, são os mais importantes. Mas este tipo de "falta de informação" é completamente compreensível.

Agora, partir do governo a censura e de forma tão aberta como foi a com o Estadão é inadimissível. Sou jornalista e me sinto ofendida pessoal e profissionalmente. Nosso papel é informar aos cidadaos tudo o que pode vir a mudar suas vidas. Conhecer nossos políticos para que na eleição saibamos escolhê-los é o minimo do exercício da política amadora.

Vamos aguardar o desfecho desse Forum. E ver se o governo decide aCabar com esses dias sob censura do Estadão. Fica aqui meu protesto, mesmo quem sem muito alcance.

Eu faço parte da indústria da beleza.

Sobrou um dinheirinho esse mês e a primeira coisa que fiz foi me matricular na academia e marcar uma limpeza de pele. Milhares de metas na cabeça sem serem cumpridas por falta de dinheiro e quando "sobra", analisa o que eu faço.
Sem nenhum arrependimento, ok! Mas me fez parar para refletir sobre esse nosso lado narcisista.

Porque eu tenho uma hipótese para minha atitude: lá no fundinho eu me preocupo com a aparência antes de querer minha pós ou meu armário planejado na cozinha. Essa indústria da beleza cresce a cada pesquisa. Hidratante para peles oleosas, secas e mistas, cremes com e sem enxague, shampoo para cabelos negros ou coloridos, drenagens linfáticas, carboxiterapias, peelings faciais e mais de um milhão de nomenclaturas que prometem o milagre da beleza em semanas ou minutos.

Por conscidência li hoje uma daquelas frase cômicas sobre homens e mulheres: "MULHERES - 99% dos homens não cuidam da aparência pessoal. RESPOSTA DOS HOMENS - 99% da beleza feminina sai com água e sabão!". E é exatamente isso. Sai mesmo tudo com água e sabão. O que não sai demora pelo menos um ano para se fixar.

Mas estou numa fase um pouco "Narcisa" mesmo. Quase nos 30; os dois quilos não somem mais só com o simples fechar a boca; o óculos de grau não faz mas o mesmo efeito; e as cantadas já partem dos coroas. Nada contra este último. E só mais uma mudança que constata a idade chegando e indo embora.

Enfim, faço parte de quem separa uma parte do salário para se cuidar. Cuidar da pele, do corpo, das unhas, cabelos... Mas também da mente e da alma. Malhemos, limpemos a pele e hidratemos os cabelos. Porém, leremos, estudaremos, refletiremos sobre o que nos é imposto como verdade e não nos deixaremos ser interpretadas como objetos dessa indústria da beleza e pessoas que supervalorizam a aparência. Faz parte sim. Faço parte sim; e com a pele linda, os cabelos brilhosos e futuramente sem aquela gordurinha que incomoda.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A vez do Jabour - "A mais pura verdade"

A medida que envelheço e convivo com outras, valorizo mais ainda as mulheres que estão acima dos 30. Elas não se importam com o que você pensa, mas se dispõem de coração se você tiver a intenção de conversar. Se ela não quer assistir ao jogo de futebol na tv, não fica à sua volta resmungando, vai fazer alguma coisa que queira fazer...

E geralmente é alguma coisa bem mais interessante. Ela se conhece o suficiente para saber quem é, o que quer e quem quer. Elas não ficam com quem não confiam. Mulheres se tornam psicanalistas quando envelhecem.

Você nunca precisa confessar seus pecados... elas sempre sabem... Ficam lindas quando usam batom vermelho. O mesmo não acontece com mulheres mais jovens... Mulheres mais velhas são diretas e honestas.

Elas te dirão na cara se você for um idiota, caso esteja agindo como um!

Você nunca precisa se preocupar onde se encaixa na vida dela. Basta agir como homem e o resto deixe que ela faça... Sim, nós admiramos as mulheres com mais de 30 anos! Infelizmente isto não é recíproco, pois para cada mulher com mais de 30 anos, estonteante, bonita, bem apanhada e sexy, existe um careca, pançudo em bermudões amarelos bancando o bobo para uma garota de 19 anos...

Senhoras, eu peço desculpas! Para todos os homens que dizem: "Porque comprar a vaca, se você pode beber o leite de graça?", aqui está a novidade para vocês: Hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento e sabem por quê?

"Porque as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma lingüiça!". Nada mais justo!

(Arnaldo Jabour)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mais um da Martha

"Viver não dói" ou "As possibilidades perdidas"


Fiquei sabendo que um poeta mineiro que eu não conhecia, chamado Emilio Moura, teria completado 100 anos neste mês de agosto, caso vivo fosse. Era amigo de outro grande poeta, Drummond. Chegaram a mim alguns versos dele, e um em especial me chamou a atenção: "Viver não dói. O que dói é a vida que não se vive".

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade interrompida.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Reflexão momentanea

A palavra casamento voltou a fazer parte da minha vida. E me assustou. Porque acho que mais do que antes, mesmo com toda prometida mudança que houve nos últimos dias, eu não quero com toda a certeza do mundo casar. Mas o que assusta de verdade é a forma com que as pessoas enxergam o casamento. Há algum tempo li esse texto da Martha Medeiros e achei muto interessante. Talvez esse tipo de casamento me agrade mais.

Segue o texto:

“Promessas de Casamento
Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento a igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre. “Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?” Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:

- Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
- Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
- Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
- Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
- Promete se deixar conhecer?
- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
- Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
- Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
- Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
- Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?

Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros.”

É isso...