quarta-feira, 7 de maio de 2008

Uma ferramenta da web


Acesse qualquer site de jornais on-line, e em algum canto da tela você vai encontrar uma relação dos blogs de jornalistas do veículo. Essa tendência está cada vez mais comum entre os profissionais de Comunicação. Um estudo sobre o perfil de jornalistas-blogueiros, feito em 20 países ibero-americanos pelo Departamento de Jornalismo da Universidade de Málaga, na Espanha, confirma esse acontecimento. Segundo a pesquisa, publicada pelo site Intermezzo, três em cada quatro jornalistas consideram que praticam jornalismo de opinião através deste meio. E esse é um dos principais motivos que atraem os profissionais a utilizarem a ferramenta como disseminação de informação.
A liberdade editorial é um fator relevante para o crescimento do uso dos blogs. Daniel Pereira está no ramo há dez anos e é dono da página “Samba de Rede”, do site O Dia on-line. Ele destaca a grande possibilidade de informar os fatos de acordo com sua versão: “O jornalismo, de um modo geral, prega a imparcialidade. Os blogs, assim como as colunas, nos deram o direito de opinar, de ser parcial”.
Dentre os pontos destacados na pesquisa, o aumento do mercado de trabalho também está entre os mais importantes. Segundo o estudo, 40 por cento dos entrevistados receberam propostas de trabalho através de seus blogs. Esta ferramenta possibilita o profissional de fazer o “jornalismo de casa”. Basta ter uma informação, e publicar.
No entanto a professora de Jornalismo on-line e Fundamentos de Multimídia do Centro Universitário de Belo Horizonte, e mestre em Educação e Tecnologias Digitais pela PUC Minas, Lorena Tárcia, não acredita que os blogs em si podem ser responsáveis pelo aumento das oportunidades de trabalho na área: “Eles podem dar maior visibilidade ao profissional e permitir a construção de uma rede de contatos, o que hoje é importante para qualquer setor”. Lorena ainda destaca que, de modo geral, blogs desvinculados de meios de comunicação dificilmente são rentáveis, e que por outro lado os que são atrelados aos meios de comunicação não podem ser classificados no termo original da palavra. São mais colunistas que utilizam a ferramenta de publicação e interação com o público.

Não só para jornalistas

O mundo web está às mãos de qualquer indivíduo. Inclusive a capacidade de expressar idéias e opiniões. Eduardo Carvalho é estudante de administração e mantém um site que já foi blog durante quatro anos. Ele diz que sempre gostou de escrever e queria publicar seus textos: “O método mais fácil de expor minhas idéias e pensamentos era por intermédio de um mecanismo que tinha surgido, na época, chamado weblog”.
O blogueiro, que divulga, em geral, textos opinativos sobre temas do dia-a-dia, revela que atualmente são raros os blogs que acessa: “Lia mais antigamente, hoje em dia não, acho que o conteúdo deles caiu muito. Fui me desinteressando e parando de ler aos poucos”. O universo da internet possibilita novos meios de comunicação. E o que quer que se crie para informar o público, é benquisto.

sábado, 3 de maio de 2008

Igualdade social: ao menos na educação.


O jornal "O Globo", do dia dois de maio, publicou duas matérias relativas à educação. Nada demais até aí. A não ser o fato de que estavam em editorias diferentes por não terem o mesmo foco, mas se completavam absurdamente. A primeira abordava o polêmico manifesto contrário à política de cotas raciais nas universidades públicas do país. O documento defende que ao estabelecer o acesso do aluno à universidade de acordo com sua raça, o "país estará introduzindo conceitos que nas últimas décadas desapareceram do cotidiano brasileiro". A segunda matéria tinha como foco o estudo realizado em 2006, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre como as desigualdades econômicas pesam no acesso à educação. O estudo da Unesco revela que no ensino superior a diferença entre ricos e pobres está em 39 pontos percentuais. Entre os de maior renda, 40% dos jovens entre 18 e 24 anos freqüentam a faculdade, contra apenas 0,8% dos mais pobres. Ainda há a informação de que esta distância aumentou de 26 pontos pecentuais em 1999 para 39 ,em 2006. Diferentes entre si, porém com muita coisa em comun.
As desigualdades econômicas pesam mais no acesso à educação do que as disparidades regionais ou racias, revela o mesmo estudo. Se em sete anos a diferença de acesso a universidade entre estudantes de classes sociais diferentes cresceu tão notoriamente, porque ainda existe a discusão sobre cotas raciais? Se for para existir reserva de vagas para estudantes, que seja então para estes com baixa renda e que não tem oportunidade de estudar o suficiente para possibilitar competição justa com aqueles que se preparam durante um ano para as provas de vestibular. A raça de um indivíduo não está tão ligada a seu poder aquisitivo para que este fator decida quem entra ou não na faculdade. Existem negros em favelas tanto quanto brancos. Existem brancos em condomínios de luxo, e também negros. Brancos, negros e pardos tem direito a educação, por lei. Enquanto a base educacional não passa por uma reforma estrutural, essas saídas são as mellhores soluções. O que me preocupa é o tempo gasto com discussões sobre vagas para negros, índios e pardos, quando o necessário é igualar o acesso à educação entre os jovens. Que se reservem vagas!!! Mas para que a pirâmide social com relação a educação, se torne um retângulo.