sábado, 3 de maio de 2008

Igualdade social: ao menos na educação.


O jornal "O Globo", do dia dois de maio, publicou duas matérias relativas à educação. Nada demais até aí. A não ser o fato de que estavam em editorias diferentes por não terem o mesmo foco, mas se completavam absurdamente. A primeira abordava o polêmico manifesto contrário à política de cotas raciais nas universidades públicas do país. O documento defende que ao estabelecer o acesso do aluno à universidade de acordo com sua raça, o "país estará introduzindo conceitos que nas últimas décadas desapareceram do cotidiano brasileiro". A segunda matéria tinha como foco o estudo realizado em 2006, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre como as desigualdades econômicas pesam no acesso à educação. O estudo da Unesco revela que no ensino superior a diferença entre ricos e pobres está em 39 pontos percentuais. Entre os de maior renda, 40% dos jovens entre 18 e 24 anos freqüentam a faculdade, contra apenas 0,8% dos mais pobres. Ainda há a informação de que esta distância aumentou de 26 pontos pecentuais em 1999 para 39 ,em 2006. Diferentes entre si, porém com muita coisa em comun.
As desigualdades econômicas pesam mais no acesso à educação do que as disparidades regionais ou racias, revela o mesmo estudo. Se em sete anos a diferença de acesso a universidade entre estudantes de classes sociais diferentes cresceu tão notoriamente, porque ainda existe a discusão sobre cotas raciais? Se for para existir reserva de vagas para estudantes, que seja então para estes com baixa renda e que não tem oportunidade de estudar o suficiente para possibilitar competição justa com aqueles que se preparam durante um ano para as provas de vestibular. A raça de um indivíduo não está tão ligada a seu poder aquisitivo para que este fator decida quem entra ou não na faculdade. Existem negros em favelas tanto quanto brancos. Existem brancos em condomínios de luxo, e também negros. Brancos, negros e pardos tem direito a educação, por lei. Enquanto a base educacional não passa por uma reforma estrutural, essas saídas são as mellhores soluções. O que me preocupa é o tempo gasto com discussões sobre vagas para negros, índios e pardos, quando o necessário é igualar o acesso à educação entre os jovens. Que se reservem vagas!!! Mas para que a pirâmide social com relação a educação, se torne um retângulo.

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